Saúde mental na estrada: como se cuidar?

Vida de caminhoneiro é repleta de altos e baixos. Entre o amor pela profissão e a satisfação pessoal por contribuir tão ativamente para o crescimento do país, quem escolheu a estrada como segunda casa enfrenta muitos desafios, que comprometem diretamente a sua saúde, tanto física como mental. 

O estresse diário, a grande responsabilidade com o veículo, a carga e as outras vidas no trânsito, as instabilidades na carreira, a solidão ao volante e a saudade de casa exigem muito preparo psicológico do motorista profissional. E não é para menos que o estudo Agravos à Saúde, realizado em 2018, apontou que 33% dos caminhoneiros sofrem de possíveis transtornos mentais, como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

A constatação foi baseada numa lista de sintomas comuns nesses casos, que listamos a seguir, juntamente com a porcentagem de entrevistados que registraram esses sinais: 

- Sentir-se nervoso, tenso ou preocupado (56%).

- Dormir mal (47%).

- Sentimento de tristeza (38%).

- Dores de cabeça (37%). 

- Dificuldade para tomar decisões (30%).

- Má digestão (30%).

- Cansaço frequente (23%).

- Tremores nas mãos (23%).

- Dificuldade de pensar com clareza (20%).

Se você é caminhoneiro e está apresentando um ou mais desses sintomas, ligue o sinal de alerta! Por mais que muitos deles possam configurar um desarranjo físico, é a sua saúde mental que pode estar comprometida na realidade, e vale a pena tomar algumas medidas para garantir mais bem-estar e qualidade de vida na estrada. 

O primeiro passo para manter a mente sã é cuidar da saúde física. Mudar hábitos alimentares, fazer consultas e exames médicos com mais frequência e tentar praticar alguma atividade física durante as paradas ajuda a melhorar a produtividade do caminhoneiro, mas acima de tudo, a evitar que problemas como estresse e fadiga mental se instalem de mansinho e virem uma bomba relógio a longo prazo. 

Veja mais: 5 problemas de saúde mais comuns entre caminhoneiros do que você imagina

É essencial também procurar o auxílio de profissionais especializados no assunto, como psicólogos e psiquiatras, que vão ajudá-lo a lidar com as causas que estão levando você à exaustão mental. E a vida na estrada nem é mais desculpa para recusar esse tipo de ajuda, afinal, muitos especialistas já realizam atendimento por videochamada. Basta a você, caminhoneiro, se comprometer com o tratamento e organizar sua rotina na estrada para incluir a teleconsulta nos seus momentos de parada. Acredite: vai ajudar muito! 

Mais algumas atitudes simples que fazem toda a diferença nessa rotina de cuidados com a saúde mental: 

Observe o próprio comportamento: aconteceu alguma mudança brusca em suas atitudes com as pessoas ou no humor? Tem tido alguma atitude compulsiva? Anda mais ansioso ou agressivo que o normal? É hora de marcar consulta com um especialista.

Perceba o que a sua família pensa de você: se uma crítica específica relacionada ao seu comportamento for muito frequente, é sinal de que a mente não anda tão bem assim.

Isolar-se só vai piorar a situação: pessoas com algum tipo de transtorno mental tendem a se isolar, e isso pode comprometer ainda mais o problema. Por isso, não deixe de se abrir com quem você mais ama e confia. Uma boa dica: aproveite a tecnologia para fazer videochamadas para a família durante as paradas. Isso ajuda e muito a amenizar a saudade e a solidão entre as viagens. 

Gestor de frota, essa responsabilidade também é sua! 

As empresas contratantes também precisam dar suporte nesse sentido, fomentando ações para garantir que os motoristas cuidem da saúde mental de forma integral. Além de um plano de saúde que inclua cobertura psicológica e psiquiátrica, é importante ter um canal aberto com os gestor de frota para que o caminhoneiro se sinta à vontade para falar sobre essas questões e pedir ajuda. 

Outra medida que faz toda a diferença é ter rotinas de trabalho com horários bem definidos, evitando viagens longas e exaustivas. Essa organização ajuda, inclusive, a manter a produtividade da equipe e evita riscos ao volante. Se houve queda na produtividade, é bom chamar o motorista para uma conversar e mostrar-se pronto para colaborar. 

Fazer exames toxicológicos periódicos nos caminhoneiros também é importante, pois muitos deles se entregam ao uso de substâncias entorpecentes para camuflar o cansaço, sem contar que esse uso já é um sintoma de transtorno mental. Por isso, fique de olho!

Tem mais alguma sugestão para ajudar nossos guerreiros a manterem a saúde mental em dia? Compartilhe com a gente nos comentários! 


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